sexta-feira, 24 de junho de 2011

Esportividade x Competitividade


Não há como se negar o fato de que em qualquer tipo de modalidade esportiva exista a conhecida competitividade correndo paralelamente com a esportividade tanto nas modalidades esportivas individuais quanto nas formadas por equipes.
A busca pelo resultado torna-se principal motivo pelo qual qualquer ser humano pratique esportes. Por mais que, a princípio, o resultado não seja necessariamente o objetivo principal, esse resultado torna-se a motivação do esporte.
Entretanto, a questão principal não é essa, mas, onde fica a diferença entre esportividade e competitividade? Até onde a busca pelo resultado individual pode afetar o trabalho do indivíduo ou da equipe?

“A Competitividade no seu sentido etmológico significa a disputa e competências, ou seja, uma rivalidade entre competências distintas, onde uma pode sobrepujar a outra. A esportividade é o ato de disputa de forma lúdica, uma rivalidade recreativa onde a atividade do desporto é mais importante que a vitória em si.”
Temos aí a diferença primordial entre a esportividade e a competitividade em um sentido mais definido. Na competitividade, os indivíduos não estão preocupados em praticar a atividade esportiva em si, mas pura e simplesmente, em vencer. São capazes de tudo para vencer.
Enquanto isso, os “esportistas” praticam o esporte pelo esporte. Evidente que, mesmo esse grupo não gosta de perder e os resultados também são importantes, mas a diferença é que nesse grupo não há a tendência de ser capaz de tudo para vencer e sim o fazer de tudo para vencer.
Não se pode negar o fato de que a competitividade, em níveis moderados, é extremamente benéfica a atividade esportiva. O sentimento de derrota, a princípio, pode incentivar o atleta a se recuperar e dar o máximo em uma segunda tentativa.
O problema começa quando essa busca pela recuperação, pelo resultado começa a extrapolar os limites dados pelas regras do jogo e da convivência entre os praticantes, resultando em atitudes antidesportivas e até mesmo desleais tanto contra os adversários como contra os próprios companheiros.
Essa discussão torna-se salutar para o Caicó Rugby Clube, pois é notório que o chamado “nível de competitividade” em nossos treinos é, reconhecidamente, alto. Compete-se em absolutamente tudo: desde quem marcará mais tries, ou fará mais tackles até que irá coletar mais cones primeiro.
Ainda bem que, até “essa altura do championship” não ocorreu nenhum fato mais grave devido à competitividade. Muito pelo contrário. Com o passar dos treinamentos, é notória a evolução dos nossos jogadores, muito devido ao fato de se sentirem “desafiados” a melhorarem suas performances quando comparados a outros colegas da equipe.
Só devemos tomar cuidado para que a saudável competição dos treinos – ou seja, a nossa “esportividade competitiva” – não extrapole os patamares atuais. Será realmente uma pena se começarmos a brigar por “vitórias” em treinos... Essas “vitórias”, baseadas em competição excessiva, sem respeito aos companheiros e ao rugby, não nos levará há lugar algum.

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